Páginas

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre Motos, Corredores e Entregas Expressas

Apesar de falar principalmente do meu tempo viajando a trabalho - seja indo a clientes, ou simplesmente indo de casa para o escritório, e vice-versa -, não podemos esquecer que o carro acaba sendo o nosso principal meio de transporte também durante os finais de seman.

E quem acha que o trânsito lento é uma exclusividade dos chamados "dias úteis" está redondamente enganado, especialmente quando falamos da cidade de São Paulo!

Mas o trânsito não é exatamente o assunto deste momento, e sim a forma de condução que alguns (notem, ALGUNS) motociclistas profissionais assumem, aí sim, no trânsito que se forma, dirigindo de forma completamente irresponsável ao circularem em altas velocidades nos corredores formados entre os carros.

(Antes de continuar, vou logo dizendo que não estou aqui para eximir de qualquer culpa os motoristas de carro, pois hábitos como não utilizar a seta, mudar de faixa sem olhar e, por que não, considerarem que não precisam se preocupar com as “incômodas” motos que circulam por aí.)

Pois bem, tendo deixado claro que a culpa não é específica de motociclistas ou motoristas em geral, continuo a história que se passou comigo no último sábado, quando circulava no início da tarde pela Av. Luís Inácio de Anhaia Mello, na altura da Av. Francisco Falconi (a avenida de acesso ao Crematório da Vila Alpina, endereço certamente mais familiar para moradores da Zona Leste de Sampa).

Em parte pelo horário e grande fluxo de veículos, mas especialmente devido às obras (para a construção de um monotrilho que ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes) no canteiro central da Anhaia Mello o trânsito estava bastante intenso nas faixas central e direita da pista, e como eu poderia seguir à esquerda por mais algum tempo, decidi mudar de faixa; não sem antes acionar a seta para a esquerda e olhar devidamente pelo retrovisor para verificar se nenhum outro carro ou motocicleta se aproximava.

Após esses cuidados básicos, mas extremamente necessários, pude apenas constatar que a uma distância muito grande – algo em torno de 500 metros – uma moto se aproximava. Como eu precisava apenas mudar de faixa, continuei com a manobra.

Mas qual não foi a minha surpresa, ao perceber que, instantes depois, a mesma motocicleta que estava a uma grande distância, simplesmente havia me alcançado em uma questão de segundos e, contrariando à minha crença de que muitas dessas motocicletas simplesmente não possuem freios instalados, parou algo em torno de dois carros à minha frente para proferir impropérios dirigidos a mim.

O primeiro ponto a ser considerado é a velocidade da motocicleta. Como dirijo diariamente por estradas, tendo como referência a minha própria velocidade no momento (a pista tem um limite de 70km/h e eu estava circulando a algo em torno de 60km/h) e o tempo que ele levou para percorrer toda a distância que nos separava, posso afirmar que o condutor estava a, no mínimo, 100km/h: o que devido às circunstâncias – circular por uma via congestionada, com limite de 70km/h e ainda com obras no local – definitivamente é muito!

Depois disso, me pergunto: por que tanta pressa? Será que o fato de termos um condutor identificado como entregador de uma grande rede de fast-food de comida árabe, cuja entrega é garantida em 28 minutos, ou então o cliente não paga, influi na questão? Afinal, pela pressa do entregador, começo a desconfiar que a afirmação de que os entregadores não são penalizados caso a entrega ultrapasse os fatídicos 28 minutos não é verdadeira...

Bem, mas o que fazer com a questão afinal? Além de prestar atenção redobrada ao trânsito e adotar todas as medidas de segurança cabíveis (como usar a seta sempre que mudarmos de faixa, respeitar os limites de velocidade e manter distância segura do veículo à frente), o que mais está ao alcance dos motoristas?

No final, creio que a única coisa “a mais” que podemos fazer quanto a isso, e a qualquer outra questão que envolva o trânsito na cidade de São Paulo e em outras grandes cidades do país, é nos mobilizarmos para cobrar ações mais efetivas do poder público, que deve garantir vias seguras e em boas condições, mas, acima de tudo, transportes coletivos eficientes e de qualidade, pois essa é a medida que realmente retiraria veículos particulares das ruas, desafogando esse nosso trânsito caótico diário.

Observações:
¹. Em um texto futuro, falarei sobre as recém inauguradas estações da Linha Verde do Metrô, Vila Prudente e Tamanduateí;
². Este texto inaugura a categoria “Hora do Rush”, onde estarão agrupadas as histórias negativas sobre as minhas idas e vindas diárias.

Um comentário:

  1. Eu digo pra quê tanta pressa, é para se enganarem e se convencerem de que os outros é que atrapalham o trânsito. Muta, compra um carro de plástico, os prejuízos são menores. Boa sorte.

    ResponderExcluir